Errata
concernente à minha sogra.
Objetivo:
colocar os pingos nos “is”
“Sogra
boa é sogra morta”. Mentira, no meu caso é claro. De outras não
posso falar.
Foi
publicado em uma longa carta que escrevi pro meu filho Gael que viria
a nascer, e postado por minha irmã em seu Blog Vem Comigo, em que eu
descrevi brevemente minha sogra, falando primeiramente da felicidade
imensa em ter um neto guri, e também que ela seria “meio
molenguinha”, pois sempre dormiu de forma avolumada. Errei feio,
ainda bem.
Por
esse motivo, resolvi corrigir a bobagem que escrevi, tecendo agora
algumas considerações sobre ela. Ela tomará ciência deste texto
pelas redes sociais, não vou falar nada, vai virar surpresa,
inclusive pra Vanessa, sua filha, que logo vai ver o que escrevo em
algum lugar e vai dedurar pra minha sogra o ocorrido.
Ela,
então, pra quem não conhece, é a Dilce. Mas não é somente Dilce.
É Dilce Maria Morgenstern Brum Stein, nome mais invocado é difícil,
gaúcha de Palmeira das Missões, cidade que tem por característica
principal ser bem longe.
Das
sogras que eu tive e não tive, sem dúvida, ela é a melhor, e isso
não é brincadeira. Em casa ela parece invisível, não atrapalha, é
pura boa paz.
Ela
chegou pra acompanhar o nascimento do seu primeiro netinho por volta
do meio de agosto, e o que ela tem ajudado me deixa abismado.
Sua
passagem de volta pro sul do Brasil foi perdida intencionalmente, o
avião voltou com um passageiro a menos.
Voltando
ao assunto que importa, quando o Gael nasceu, dia 28 de agosto,
percebi que ela nasceu novamente duas vezes. Ela recarregou as
baterias de uma forma que, desde o primeiro minuto de vida de seu
neto, não mais parou, dormiu, bobeou, arregou, e encarou como missão
de vida ajudar sua filha e seu netinho. A vida dela se tornou coisa
maior, mais bonita, mais inexplicável. E isso é ela quem diz.
Em
minha opinião, ela entrou no modo automático de viver pros outros,
a desconsiderar o sono, o cansaço, inclusive começar a enxergar um
pouco no escuro, pois vi um dia ela trocar a fralda do Gael sem
acender a luz madrugada afora.
Foi
e está sendo uma doação completa de minha sogra, coisa bonita de
se ver. A Vanessa mesmo está vendo a diferença em sua mãe e já
antecipa pra mim o medo de sua mãe partir. Faz parte.
Pena
que nem todos veem as cenas que vejo, basta o Gael chorar ou reclamar
que ela vem babando e falando dezenas de vezes por dia: “ai
meu gulizinho pobrezinho, que que fizeram como você???” “judiaria
só pode”.
É gente, é isso mesmo, é GULI
o tempo todo que ela fala, e não GURI
, em nem sei porque.
Mas
tudo ela faz com todos os olhos brilhando, é só sei que
infelizmente ela voltará pro sul dia 12 de novembro, mas sei que ela
volta logo daqui uns dias. E se não voltar nós vamos fazer um
sequestro de sogra, e trazê-la de volta pra Minas. Ficará presa no
cativeiro do Gael, com direito a várias regalias, até banho de sol
diário.
Mas
ela vai saber o motivo do sequestro, e se bobear ela vem até
sorrindo a pé pedir pra ser sequestrada.
Você
vai fazer muita falta Dilce, pra todos, pode acreditar, e quero ver
como o Gael vai reagir, pois ele vai notar sua curta ausência, vai
procurar a vovó com seus olhinhos pela casa, e não duvido que me
pergunte em bom português, “cadê vovó?”.
Vou
falar pra ele que daqui a pouco ela volta, e volta mesmo. Ela não
vai dar conta de ficar longe mais que uns dias, tanto de você Gael,
quanto de sua filha adorada, e quem sabe até de mim, pois sogra é
sogra, e a minha é mais.
Muito
Obrigado pela ajuda Dilce.
Assinado:
Stenio e Gael
22/10/2018.